Vejo meus caros professores, ensinando inspiradamente apaixonados. Eles, talvez, encontraram uma razão pela qual são realizados seus ideais. E tentam fazer-nos apaixonar também. Porém, cada um tem sua paixão própria.
E é aí que entro em conflito comigo mesma. Posso ver, posso sentir a paixão alheia. Mas não me interesso. Não consigo focar-me em algo, ter prazer em fazê-lo. Creio, que as pessoas se sentem fortes quando dominam sua paixão, ou quando a paixão os domina. Todavia, só me senti realmente forte, uma única vez. Quando, em uma madrugada, atravessei um rio de uma reserva ecológica, sem lanterna, a mercê de uma linda Lua. Senti-me poderosa, estava me superando, engolindo os medos. Fizera isso por um ideal, buscar um amigo e trazê-lo até nosso acampamento. Será que, então, minha paixão é superar-me? Afinal, quais são os limites? Existem limites? Me digas, se puder: poderei sobreviver pela minha paixão? ou serei obrigada a ser infeliz para sobreviver?
Nunca consegui entender certos sonhos de terceiros.
Estou apenas existindo, não estou vivendo. A vida vale muito para apenas existir, temos que viver e aproveitar. Mas o que é viver? Se viver for seguir os preceitos impostos pela sociedade, fingir que é apaixonado. Não quero viver. É preciso focar-se em algo, para crescer. Oh céus, lá vem mais ordens, conselhos, regras, preceitos. Ninguém pensa por ninguém, todos seguem a tradição, sem ao menos se questionar se é bom, se é correto. Certo, cada um tem sua perspectiva, mas todos seguem a tradição, e ao menos, sabem quem "criou"-a.
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